Setembro – Mês da Bíblia

Setembro – Mês da Bíblia

POR: Mayara Louzada


“O Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás”

(Js 1,9)

No mês de setembro comemoramos o Mês da Bíblia, um momento especial para estreitarmos nossa relação com a Palavra de Deus e os seus ensinamentos. É muito importante que todo cristão tenha contato íntimo com a Palavra de Deus, para que se solidifique em Cristo e possa assim, ser testemunha Dele no mundo. Celebrar o mês da Bíblia é fazer com que a conheçamos mais profundamente, auxiliando no desenvolvimento das ações evangelizadoras da Igreja, além de facilitar o diálogo e aproximar Igreja e comunidade.

São Jerônimo escrevendo (c. 1605–06) – Caravaggio

Escolheu-se o mês de setembro em homenagem a São Jerônimo. Secretário do Papa Dâmaso e Doutor da Igreja, foi ele quem ficou encarregado de fazer a tradução das Escrituras do grego e hebraico, línguas originais, para o latim, usado na época. Essa versão latina das Escrituras ficou conhecida como Vulgata, e é, até os dias de hoje, referência nas traduções bíblicas.

 “Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anuncia-lo.”

(Documento de Aparecida 247).

 

Mas afinal, o que é a Bíblia?

A Bíblia é, primeiramente, a Palavra de Deus revelada e registrada em uma coleção de livros escritos durante séculos. Ela é formada por histórias do Povo de Deus e é verdadeiramente a Palavra de Deus, fruto da comunicação divina. A palavra “Bíblia” tem origem no termo grego que significa “livro”, porém, é curioso pensar que a maneira como o termo foi usado mostra sua importância única, dentre tantos e tantos livros que existem, somente este tem valor suficiente para ser chamado de “O Livro”.

Ela possui, em sua essência, duas naturezas: uma natureza humana, já que foi escrita por homens, e uma natureza divina, porque mesmo tendo sido feita pelo homem, parte de uma inspiração de Deus. Assim, ela é a Palavra de Deus em todos os sentidos.

Hoje, temos traduções em praticamente todos os idiomas do mundo, além de ser o livro mais impresso, vendido e distribuído de toda a história da humanidade. É também uma essencial para a liturgia eucarística e faz parte de toda celebração sacramental. Tudo o que a Igreja ensina é iluminado e ilustrado por suas verdades. É pelos textos Bíblicos que Deus comunica à humanidade o seu plano de salvação, desde o início até o final dos tempos. Eles são o pão espiritual que aplaca todas as inquietações do homem. A Sagrada Escritura é o sustentáculo de toda a fé.

Em setembro temos o propósito de nos aprofundar no conhecimento da Palavra e da centralidade da nossa fé: vida, morte e ressurreição de Cristo e, a partir daí, estreitarmos nossa relação com os planos de Deus. É preciso que todo cristão tenha intimidade com a Bíblia, seja lendo ou ouvindo, mesmo que seja um pouquinho de cada vez, para meditar e crescer espiritualmente.

Jesus conhecia a Bíblia profundamente, a amava e a seguia, e isto já é motivo suficiente para que nós também façamos o mesmo. No deserto, quando o inimigo o tentou, Cristo respondeu apenas com a Palavra. Quando pediu que Ele transformasse as pedras em pão para provar ser o Filho de Deus, Jesus falou: “O homem não vive só de pão, mas de tudo que sai da boca do Senhor” (Dt 8,3c); quando pediu que se jogasse do alto do templo, Jesus disse: “Não provocareis o Senhor vosso Deus” (Dt 6,16a); e quando tentou fazer com que Cristo o adorasse, Jesus respondeu: “Temerás o Senhor, teu Deus, prestar-lhe-ás o teu culto e só jurarás pelo seu nome” (Dt 6,13). E então o inimigo se afastou pois sabia que não teria poder diante da Palavra de Deus. Assim como fez Cristo, para que a Palavra seja verdadeira em nossas vidas, precisamos interpretá-las pela fé e colocá-la em prática. Precisamos obedecê-la, pois assim estaremos obedecendo ao Senhor.

A Bíblia é a Palavra de Deus, o resultado do diálogo entre céu e terra, e quem acolhe suas revelações e responde a elas com a sua vida. Jesus é o centro da Palavra, onde se cumprem as promessas do Antigo Testamento, o ápice da revelação divina, a Palavra viva de Deus, e não conhecer a Palavra é não conhecer o próprio Cristo. Precisamos, então, lê-la e meditá-la de forma especial, não apenas decorar o que está escrito, para termos conhecimento dos desejos de Deus para as nossas vidas.

A fé, vivida em comunidade, e a participação nas celebrações litúrgicas são essenciais para viver plenamente a Palavra, é recebendo as graças do Espírito Santo e respondendo de coração aberto ao Senhor que nos tornamos pessoas melhores, mais firmes em nossos propósitos e temos verdadeiramente um encontro com Cristo. Assim como Deus é imutável, também é a Sua Palavra, ela não muda, não passa, mas se renova a cada dia para o nosso entendimento e prática. As Sagradas Escrituras são alimento para nossa alma e fonte de vida de todo cristão.

 “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós…”

(Jo 1,14)

 

 

FONTES:

Documento de Aparecida: Texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, Edições CNBB, Paulinas, Paulus, 2007

OLIVEIRA, Dom Carlos José de. Setembro – Mês da Bíblia. CNBB, 2022

AQUINO, Felipe. Por que dedicar o mês de setembro à Bíblia? Canção Nova

Em setembro, Igreja no Brasil celebra o Mês da Bíblia. Arquidiocese de Mariana, 2022

Por que setembro é o mês da Bíblia? Catequistas Brasil, 2020

Setembro, mês da Bíblia. Canção Nova

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