NOVALOGOSEMFUNDO02-02

O novo cordeiro

O novo cordeiro

O Senhor é a ressurreição e a vida.

(Jo 11,25)

 

Páscoa, do hebraico Pessach, quer dizer passagem, é a maior e mais significativa festa do calendário cristão. Celebramos a Ressurreição de Jesus Cristo e sua vitória sobre a morte. A Páscoa é o ápice do Ano Litúrgico e comemora-la é festejar toda a obra de redenção da humanidade. E para viver verdadeiramente o sentido da Páscoa, precisamos entender o seu real significado, para além das comemorações “comuns” que tanto vemos hoje.

Como cristãos, precisamos nos manter fiéis ao que nos pede a Igreja e refletir sempre sobre o caminho de morte e ressurreição de Cristo, e as consequências de sua vida em nossas histórias.

Como disse o Papa Francisco, a ressurreição de Cristo é a prova de que o amor de Deus é maior que todo mal e morte, nos transforma a vida e floresce no coração do homem. O cristão precisa espalhar ao mundo a mensagem de que “Jesus, o Amor encarnado, morreu na cruz pelos nossos pecados, mas Deus Pai ressuscitou-O e fê-Lo Senhor da vida e da morte.”

O cordeiro que antes era oferecido a Deus é substituído pelo próprio Deus, feito homem.

O livro do Êxodo nos conta da libertação do povo do Egito, e ali conta como era celebrada a Páscoa na época. Deus diz a Moisés e a Arão que todo o seu povo deveria imolar cordeiros imaculados, e passar seu sangue nas portas, de modo a evitar a morte de seus primogênitos.

O cordeiro que antes era oferecido pelo povo à Deus, é substituído pelo próprio Deus. Por Jesus. O livro do Êxodo nos conta da libertação do povo do Egito, e mostra como celebrar a Páscoa naquela época. Deus diz a Moisés e Arão que todo o seu povo deveria imolar cordeiros imaculados, e passar sangue em suas portas, de modo a evitar a morte de seus primogênitos. E logo depois eles conseguem se libertar do confinamento egípcio.

Onde esses pecados foram perdoados, não há mais necessidade de sacrifício por eles.

(Hebreus 10,18)

A partir de então, a Páscoa passa a ser o momento do sacrifício. Antes, do cordeiro animal, e agora, da memória do cordeiro de Deus. O novilho da expiação é substituído pelo cordeiro de Deus. Jesus é o sacrifício da Nova Aliança.

Hoje em dia não mais fazemos sacrifícios animais, pois o próprio Deus que, feito homem, se doou inteiramente e foi imolado para a nossa redenção. Ao morrer na cruz, Jesus expia todos os pecados do mundo. Assim como proclamamos em todas as celebrações eucarísticas, e como chamou João Batista, Jesus é o “cordeiro de Deus” que “tira o pecado do mundo”.

Nele temos a redenção por meio de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas da graça de Deus, a qual ele derramou sobre nós com toda a sabedoria e entendimento.

(Efésios 1,7)

A morte da carne é consequência do pecado! Ao passar pela cruz Jesus não nos tira o fado da morte, mas nos dá a opção de nos voltarmos para Deus. Jesus foi o cordeiro imolado por cada um de nós, para que não mais precisemos de sacrifícios animais. Ele nos pede apenas pequenos sacrifícios pessoais, para que nos tornemos cada vez mais um com ele.

Amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de todas as forças, e amar ao próximo como a si mesmo é mais importante do que todos os sacrifícios e ofertas”.

(Marcos 12:33)

João Batista mostra Jesus como a libertação do homem. O pecado está dentro de todos nós, e é ele a fonte de todo mal, porém, o sacrifício de Jesus é o sacrifício maior, que nos deu o céu. Todos nós, por mais pecadores, temos a chance da redenção e de nos reaproximarmos de Deus.

Mas, além de nos aproximar de Deus, a Páscoa é também o momento de nos recordarmos que Jesus não só morreu na cruz, mas também ressuscitou. Ele está vivo, entre nós, a todo tempo. Aos que estão passando por atribulações, para os enfermos, os que se sentem menos afortunados, Jesus está vivo por todos nós! E por isso ele é a nossa força e a nossa vitória.

[O Senhor] É Páscoa, que significa «passagem», porque, em Jesus, realizou-se a passagem decisiva da humanidade, ou seja, a passagem da morte à vida, do pecado à graça, do medo à confiança, da desolação à comunhão. N’Ele, Senhor do tempo e da história, quero, com o coração repleto de alegria, dizer a todos: feliz Páscoa!

Papa Francisco

A SIMBOLOGIA DO TRÍDUO PASCAL

A Páscoa cristã celebra a ressurreição de Jesus Cristo crucificado. Sua Páscoa inaugura a Páscoa de todos os que se configuram a ele em vida. Quem nele crer, mesmo que morra, viverá eternamente. A Páscoa é uma data-base no calendário cristão, celebrada no primeiro domingo seguinte à lua cheia, depois do dia 21 de março, início da Primavera no Hemisfério Norte. A partir da Páscoa, determinam-se facilmente as outras datas móveis: o domingo de Carnaval ocorrerá, sempre, 49 dias antes da Páscoa, e o dia de Corpus Christi, 60 dias depois. 

               A importância dessa festa marca o Ocidente e o Oriente. Diversos símbolos, em diferentes culturas, celebram a ressurreição de Jesus. Existe uma simbologia própria da liturgia da Igreja: fogo, água e cordeiro, e outras simbologias, mais ligadas à nossa cultura brasileira: o ovo e o coelho.  Vejamos o significado desses e outros símbolos.

Fogo – No Sábado Santo, a Vigília Pascal é iniciada com a bênção do fogo, chamado de “fogo novo”.  Cristo é o fogo que ilumina, aquece e limpa. Ele ilumina a noite escura da morte que ameaça o ser humano. O fogo representa a vida nova que a ressurreição inaugura. O fogo também representa que Cristo veio limpar o mundo do pecado, da desesperança, do ódio e da morte. 

Água – é o símbolo da vida nova. Ela sacia a sede, sustenta a vida e lava. O Espírito de Deus, na origem do mundo, pairava sobre as águas. Nas águas do dilúvio, se prefigurou o nascimento da nova humanidade. Jesus foi batizado nas águas do rio Jordão, e da Cruz jorrou do seu coração aberto pela lança, do qual correu sangue e água. Na água se batiza em nome da Trindade. Tudo isso se refere ao novo nascimento que é a ressurreição a qual a água simboliza.

Girassol – Cristo é o sol que ilumina o mundo, no qual os cristãos buscam o caminho, a verdade e a vida.

Coelho- Os coelhos se reproduzem com extrema facilidade e em grande quantidade. Vem daí o processo de fazer novos cristãos. Como a Páscoa é comemorada no início da Primavera no hemisfério norte, e como o coelho é um dos animais que primeiro saem da toca depois do rigoroso inverno, traz o significado de que a vida continua, apesar da rigorosa desolação causada pelo frio. 

              Quando os coelhos saem de suas tocas na Primavera, trazem, consigo, uma porção de filhotes, reforçando, ainda mais, a ideia de que, apesar da tentativa do Inverno de destruir toda espécie de vida, o coelho sobrevive e traz mais vidas sobre a Terra.

Ovo- É um símbolo de vida nova, de vida que está para nascer.  Os ovos de Páscoa remontam à Antiguidade, quando os egípcios e persas costumavam tingir ovos com cores da primavera e presentear os amigos. Os cristãos primitivos do Oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a Ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Na Armênia, decoravam-se ovos ocos com imagens de Jesus, de Nossa Senhora e de outras figuras religiosas. Era um presente original simbolizando a Ressurreição como início de uma vida nova.  

Sinos– Os sinos são um anúncio da vitória de Jesus contra a morte e de esperança para todos os cristãos.

Círio Pascal – representa a luz de Cristo, pois o próprio Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo!”

Pão e vinho- O pão simboliza o corpo de Jesus. O vinho simboliza seu sangue.

Peixes– Símbolo do cristianismo. Usavam o desenho do peixe para identificar outros cristãos. Também fazia parte da alimentação de muitos povos. Assim como os peixes não podem viver fora d´água, nós também não podemos viver sem o Cristo.

Cordeiro– Simboliza o próprio corpo de Jesus, com seu sangue derramado na cruz, como vítima oferecida em sacrifício pela humanidade.  O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa. No Antigo Testamento, a Páscoa era celebrada com pães ázimos (sem fermento) e com o sacrifício de um cordeiro como recordação da libertação da escravidão do Egito, quando os hebreus comeram, às pressas, um cordeiro e marcaram as portas de suas casas com o sangue do animal. 

Ramos- Relembram o dia em que Jesus entrou festivamente em Jerusalém, pouco antes de sua morte.

Toda essa rica simbologia remete a uma realidade muito maior que a Páscoa celebra: a morte foi vencida pelo Senhor da Vida.  

Autores: Mayara Louzada e Nilian Laranjeiras

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